FRACASSO
Atrevo-me a viver em ti.
Da distância padeço,
debulhando-me em lágrimas.
Sou forte, sou semente, afirmo.
Nas lembranças do seu abraço me aconchego.
Esboço sorrisos de lábios presos,
Escondendo timidamente a alegria que sinto ao recordar-te teus beijos.
Salivo.
Desperto-me na madrugada com o coração palpitando sentindo sua presença.
Acalento, conto os dias sem ti.
Iludo-me, lembrando ao tentar esquecer.
Contradito.
Incoerente.
Tanta intimidade e nenhuma ao mesmo tempo.
Parti.
Viver sem ti é dolorido, mas nunca foste meu.
Liberta-me, pedi.
Disciplinado, tu atendeste.
Habita-me.
O tempo há de curar-me.
Far-se-á morada no espaço precioso do meu coração.
Carregar-te-ei para a eternidade.
Esperar-te-ei em outra vida,
Esperançando viver plenamente esse amor tão desejado.
Aqui, neste tempo e espaço,
Restará presentear-me com palavras em versos.
Onde livremente posso expressar sonhos, desejos e amar-te todos os dias.
Seguirás presente, meu presente.
Mesmo que latente, pulsando, ritmado com meu descompassado coração ferido.
Não escolheste-me.
Não permito-me ser cativa.
Mereço o mundo.
Pagarei o preço dessa escolha.
Desisti para começar, inventar um novo ciclo, um novo dia, um outro amar.
Encorajo-me.
Reinvento-me.
Luzia Rodrigues
Brasília, 01/07/2025
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