Adoecera

 Da varanda avisto um jacarandá florido

Contrastando com o cinza do céu.

Esse colorido fúnebre.


A alma chora,

As florestas queimam,

Os bichos sofrem, 

As criaturas morrem.


Ontem a noite Galeano me contou profecias,

Agora realidades.

Visões do passado me visitaram em sonhos.


O que elas querem me dizer?

Que ações, eu, na minha pequeneza, posso interferir?

Os filhos adoecem,

As pessoas ao redor enfermando.


Estamos conectados com a energia da mãe Terra, 

Gaia, 

Pachamama.

Ela está doente.


Caminho, passo por passo.

Agradeço

honro a energia que me alimenta.


A ganância de poucos roubou nosso vínculo:

Com o que nutre;

Com as mãos de quem semeia, colhe, manipula, produz.

Por quantas mãos passaram as roupas que visto, o alimento que engulo?


Somos mercadorias

E nos consumimos.

Acordei sangrando.


Luzia Rodrigues
Guarulhos, 17 de setembro de 2024.


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